17/11/2009

Opinião de quem odeia o vampiresco Emo Crepúsculo

Eu ODEIO
Por Mariana Alves (Bella Cullen) Por Fábio Rocha
Crepúsculo é apaixonante. A história é maravilhosamente bem escrita e te envolve de um jeito que você não consegue largar o livro antes de chegar ao final. Você acaba se apaixonando por Edward, a versão moderna e “vampira” do príncipe perfeito.Stephenie faz todas as meninas voltarem a acreditar que os contos de fada são possíveis, só que agora o príncipe chega em um Volvo prata e não em um simples cavalo branco.
O fato de a história ser atual, os personagens frequentarem a escola e fazerem coisas típicas de adolescentes, também é um ingrediente fundamental, que faz você se sentir mais ligado ao livro.
Discordo de quem acha que a maneira que Stephenie Meyer achou para falar de vampiros seja errada. Ela quis falar de vampiros que se parecem conosco. Que sofrem, se apaixonam. Isso é o mais legal na série. Os vampiros têm a cabeça de humanos e passam por conflitos típicos de qualquer pessoa.
Mas tudo é escrito sempre com uma pitada de sobrenatural e de fantasia, explorando o lado “vampiresco” do cotidiano. A autora também quer nos mostrar uma outra face desses personagens da mitologia. Simples “sanguessugas” passam a ser os seres humanos mais irresistíveis, tentadores e perigosos do planeta, ao mesmo tempo em que podem ser doces e gentis. Esse contraste prende o leitor.
Não tem como não amar Crepúsculo. A fórmula “bem escrito + romance impossível + vampiros+ realidade atual” cria um contexto apaixonante. Eu amo, e você? Se você gosta de vampiros comece pelos clássicos. Por mais que existam tropeços na leitura, é gratificante ler uma historia complexa e realmente profunda. Na tentativa de reinventar um tema tão explorado e recorrente, a saga Crepúsculo, repleta de clichês e de personagens tão rasos como um prato de sopa, distorce o universo clássico dos vampiros e os usa como pano de fundo para um romance vazio e superficial, digno de uma temporada de Malhação ou de um almanaque Sabrina.
Por exemplo: assim como no Crepúsculo,Drácula de Bram Stoker também trata de uma história de amor. Nesse clássico tudo é intenso. Renegando Cristo e sua fé após ser traído, Drácula espera séculos por sua redenção e seu amor perdido. O sofrimento do protagonista é tão forte e duradouro que chega a justificar suas atrocidades e sua vingança.
O lugar que o vampiro ocupa no imaginário das pessoas é noturno e misterioso. Ao rejeitar a luz e se voltar para a escuridão, os vampiros perdem sua natureza humana e se tornam assassinos lascivos e implacáveis, predadores sedutores que estão acima de nós na cadeia alimentar. Para eles a vida humana não passa de alimento.
É enfadonho demais acreditar que um vampiro poderia se expor ao sol sem qualquer tipo de dano ou possibilidade de morte, apenas brilhando como diamante. Se expondo ao sol o vampiro se torna comum e perde o que tem de melhor e mais fascinante: seu lado sombrio e soturno. Na luz do dia o vampiro não causa terror.
Sem dúvida alguma prefiro as dores seculares e a natureza não humana dos vampiros clássicos. Para mim, Edward Cullen está pra Drácula assim como Harry Potter está para Merlin. Mas isso é uma outra história.

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