02/08/2010

Toy Arte

 Em 1997, Michael Lau, um pintor e designer de Hong Kong de 26 anos, foi chamado por amigos da banda Anodize para criar a capa de seu novo CD. Lau decidiu customizar alguns bonecos dos Comandos em Ação (ou G.I. Joe) para deixá-los parecidos com os integrantes da banda e depois fotografá-los. Pouca gente conhece hoje a banda Anodize. Mas Michael Lau é uma estrela - pelo menos no mundo que ajudou a criar: o mundo da toy art . Logo depois de seus primeiros G.I. Joes, Lau criou um personagem de quadrinhos chamado Maxx, um skatista cool cheio de piercings e tattoos. Em pouco tempo, Maxx já era um boneco de 30 cm de altura e parte de uma grande coleção, chamada Gardeners. Viraram febre, ganharam seguidores, primeiro entre jovens descolados de Hong Kong e do Japão e depois entre o pessoal de moda, música e arte na Europa e nos Estados Unidos. Uma indústria começava a entrar em movimento, envolvendo artistas, ilustradores e grafiteiros de um lado, interessados e colecionadores de outro.


 As peças de toy art ou urban vinyl, como é chamado o movimento nos Estados Unidos (por causa do vinil, material em que são feitas) têm pouco em comum com bonecos como o Ken, marido da Barbie, ou os próprios G.I. Joes. Aliás, nem são feitos para crianças. São peças criadas por artistas, em edições limitadas e totalmente originais. Podem ser bichinhos pintados por grafiteiros, como o Dunny e o Bearbrick (já considerados clássicos da toy art ), coelhinhos, como o Smokin'Labbit, que traz sempre um cigarro na boca, bonecas góticas como as da artista americana Camille Rosa Garcia, que nasceram em quadros de arte contemporânea ou bonecos punks criados por ilustradores de capas de CD (como Pus Head, literalmente Cabeça de Pus, ilustrador cult dos CDs da banda Metallica).
Em comum, os toys têm o fato de serem superurbanos, colecionáveis, de se valorizarem com o tempo e de sempre ter um novo a caminho. O movimento conquistou marcas de prestígio como a Chanel, que fez uma vitrine de toys em sua loja parisiense, a Nike, que contratou Michael Lau como garoto-propaganda, e a Levi's, que chamou artistas de toy art para customizar jeans. Até os criadores de desenhos animados da tradicionalHanna Barbera se renderam à moda e criam seus toys, aliás, caríssimos. Entre os artistas mais famosos no meio hoje, estão nomes como o inglês James Jarvis, o americano Gary Baseman, o japonês Yoshitomo Nara e o espanhol Frank Kosik. No Brasil, o movimento está começando, geralmente de forma artesanal. Já há marcas dedicadas aos bonecos como Tosco Toys e Sincrônica, além de artistas, como os da galeria Choque Cultural, em São Paulo. O ponto de encontro desse pessoal? A Plastik, que com sua fachada viva criada por artistas (deve mudar a cada três meses) virou o centro do núcleo nacional de toy art . (via: Abril.com)

Um comentário:

Diego F. disse...

Uma tendência! Muito legal a historia.